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A inflação é um fenômeno econômico que se caracteriza pela elevação ampla e contínua dos preços de bens e serviços.
Portanto, ela implica na diminuição do poder de compra da moeda, ou seja, na redução da quantidade de bens e serviços que podem ser adquiridos com uma unidade monetária. Sendo assim, a inflação é medida por índices de preços, que são calculados a partir de uma cesta de produtos e serviços representativos do consumo médio da população.
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No Brasil, o índice oficial utilizado pelo governo para o sistema de metas de inflação é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Causas
A inflação pode ter múltiplas origens, que podem ser classificadas em quatro categorias principais:
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- Pressões de demanda: ocorrem quando a demanda agregada (o gasto total dos agentes econômicos) supera a oferta agregada (a capacidade produtiva da economia), gerando um excesso de demanda por bens e serviços. Isso pode acontecer por diversos motivos, como aumento do crédito, expansão fiscal, crescimento populacional, aumento das exportações etc.
- Pressões de custos: ocorrem quando há um aumento nos custos de produção dos bens e serviços, que são repassados aos preços finais pelos produtores. Desse modo, isso pode acontecer por diversos motivos, como aumento dos salários, dos impostos, das tarifas públicas, do preço dos insumos importados etc.
- Inércia inflacionária: ocorre quando os agentes econômicos (consumidores, trabalhadores, empresários etc.) formam suas expectativas de inflação futura com base na inflação passada, gerando um processo cumulativo e auto alimentado de elevação dos preços. Contudo, isso pode acontecer por diversos motivos, como indexação (correção automática dos preços e salários pela inflação), contratos de longo prazo, hábitos inflacionários etc.
- Expectativas de inflação: ocorrem quando os agentes econômicos antecipam um aumento da inflação futura e ajustam seus comportamentos em função disso, gerando uma pressão adicional sobre os preços atuais. Além disso, pode acontecer por diversos motivos, como instabilidade política, incerteza econômica, desconfiança nas autoridades monetárias etc.
Consequências da inflação
A inflação gera diversas consequências negativas para a economia e para a sociedade :
- Redução do bem-estar: a inflação reduz o poder de compra da moeda e afeta o padrão de vida das pessoas, especialmente das camadas mais pobres da população, que têm menos acesso a instrumentos financeiros para se proteger da perda do valor real da renda.
- Distorção dos preços relativos: a inflação altera as relações entre os preços dos diferentes bens e serviços, gerando sinais equivocados para os agentes econômicos sobre a escassez relativa dos recursos e sobre as oportunidades de produção e consumo. Desse modo, isso leva a uma alocação ineficiente dos recursos na economia.
- Incerteza e instabilidade: a inflação gera um ambiente de incerteza e instabilidade na economia, prejudicando o planejamento e a tomada de decisões dos agentes econômicos. Isso desestimula o investimento produtivo, o crescimento econômico e a geração de emprego e renda.
- Aumento do custo da dívida pública: ela aumenta o custo da dívida pública, pois as taxas de juros dos títulos públicos têm que compensar não só o efeito da inflação, mas também incluir um prêmio de risco para os investidores, que exigem uma remuneração maior para emprestar ao governo em um cenário de inflação elevada e incerta.
Políticas de controle da inflação
O controle é um dos principais objetivos da política econômica do governo, que pode utilizar diferentes instrumentos para alcançá-lo :
- Política monetária: consiste na regulação da oferta de moeda e da taxa de juros pelo Banco Central. Isso porque tem como meta manter a inflação dentro de uma faixa pré-estabelecida.
- Política fiscal: consiste na gestão das receitas e despesas do governo, que afetam o nível de gasto público e a carga tributária na economia.
- Política cambial: consiste na definição da taxa de câmbio entre a moeda nacional e as moedas estrangeiras. Isso afeta o preço dos bens importados e exportados na economia.
- Política de rendas: consiste na intervenção do governo na formação dos preços e salários dos bens e serviços na economia. Sendo assim, por meio de mecanismos como tabelamento, congelamento, indexação etc.
Por isso, o controle da inflação requer políticas coordenadas e consistentes do governo nas áreas monetária, fiscal, cambial e de rendas.