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Economia feminista: como o gênero pode contribuir para uma economia mais justa?

Economia feminista
Imagem: Canva

A economia feminista é uma perspectiva crítica que questiona os fundamentos e as consequências da economia capitalista, racista e patriarcal, que explora o trabalho, os corpos e os territórios das mulheres, das pessoas negras e do Sul global. 

Além disso, propõe e pratica uma economia que coloca a vida no centro, que reconhece a interdependência entre as pessoas e a eco dependência com a natureza, e que busca a sustentabilidade da vida humana e não humana. 

Por isso, neste artigo, vamos apresentar alguns conceitos, problemas e propostas da economia feminista, bem como alguns exemplos de experiências transformadoras em uma perspectiva de gênero.

O que é economia feminista?

A economia feminista é uma área de investigação que surgiu nas últimas décadas do século XX, a partir do diálogo entre os estudos feministas e as ciências econômicas. Por isso, se diferencia da economia ortodoxa por questionar seus pressupostos, métodos e objetivos, que considera androcêntricos, etnocêntricos e reducionistas. 

Portanto, a economia feminista também se distingue da economia heterodoxa por incorporar a categoria de gênero como uma variável fundamental para entender as relações econômicas, sociais e políticas.

Desse modo, parte de uma visão ampliada do que é a economia, que não se limita ao mercado ou ao Estado, mas que inclui todas as atividades que contribuem para a produção, distribuição e consumo de bens e serviços necessários para a vida. 

Nesse sentido, a economia feminista visibiliza e valoriza o trabalho doméstico e de cuidados, que é realizado majoritariamente pelas mulheres, sem remuneração ou reconhecimento social. 

Sendo assim, a economia feminista também denuncia a divisão sexual do trabalho. Ou seja, confina as mulheres aos setores menos valorizados e mais precarizados da economia formal e informal.

Quais são os problemas e as propostas da economia feminista?

A economia feminista identifica diversos problemas que afetam a vida das mulheres e das demais populações oprimidas pelo sistema capitalista. Entre eles, podemos citar:

  • Desigualdade de renda e riqueza entre homens e mulheres, entre países centrais e periféricos, entre classes sociais.
  • Pobreza feminina, que se expressa na falta de acesso aos bens materiais e simbólicos necessários para uma vida digna.
  • Violência de gênero, que se manifesta em diversas formas físicas, psicológicas, sexuais, econômicas, institucionais.
  • Crise ambiental, que resulta da exploração insustentável dos recursos naturais pelo modelo de desenvolvimento capitalista.
  • Crise dos cuidados, que se refere à escassez de tempo, recursos e reconhecimento para realizar as tarefas necessárias para o bem-estar das pessoas.

Propostas para a construção da economia

Diante desses problemas, a economia feminista apresenta algumas propostas para construir uma economia mais justa e solidária. Entre elas, podemos destacar:

  • Redistribuição do trabalho doméstico e de cuidados entre homens e mulheres, entre o mercado e o Estado.
  • Garantia dos direitos trabalhistas e sociais das mulheres, especialmente das trabalhadoras informais, rurais e migrantes.
  • Democratização do acesso à terra, à água, à energia, à tecnologia, à educação, à saúde.
  • Promoção da soberania alimentar, que implica na defesa da agricultura familiar, agroecológica e feminista.
  • Desmilitarização dos territórios, que implica na denúncia do papel das corporações transnacionais, das instituições financeiras e das forças armadas na violação dos direitos humanos e ambientais.
  • Participação das mulheres nos espaços de decisão econômica e política, em todos os níveis.

A economia feminista é uma perspectiva crítica e transformadora que questiona os fundamentos e as consequências da economia capitalista, racista e patriarcal, e que propõe e pratica uma economia que coloca a vida no centro. 

Sendo assim, incorpora a categoria de gênero como uma variável fundamental para entender as relações econômicas, sociais e políticas.

A economia feminista visibiliza e valoriza o trabalho doméstico e de cuidados, denuncia a divisão sexual do trabalho. Defende a autonomia econômica das mulheres, propõe a redistribuição do trabalho de cuidados.

Além disso, garante os direitos trabalhistas e sociais das mulheres, democratiza o acesso aos recursos produtivos e aos serviços públicos. Promove a soberania alimentar, desmilitariza os territórios, participa dos espaços de decisão econômica e política.


Última atualização: 9 de outubro de 2023

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